quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Como se dá bom-dia para quem ainda não dormiu?

   Fique a vontade, não te culpo pelo meu sono ruim, pelo meu sonho ruim, ou a falta deles. Culpe as borboletas inválidas no meu estômago, as estrelas que morreram sem cortejo. Culpe o pianista surdo que não ouviu suas últimas palmas, o peito que se afoga em vazio.

   A madrugada vem e passa, deixando ora dormência, ora arrepio. Eu sempre achei que o orvalho eram lágrimas que a noite escondia por orgulho, talvez hoje ela chore por ti. 

   Bom dia, a quem teve sono leve e acordou alarmado e então, deixou-se afundar em algum abismo. Saiba que um sonho morreu para eu lhe dar bom dia, um seu. Talvez eu deixe de adormecer, para que os sonhos vivam e outra coisa padeça com minhas olheiras. Eternamente ouvindo boa noite e madrugando, partilhando sonhos de boêmios. Não parece tão ruim ficar sem o seu bom dia.

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